Aprenda Qualquer Coisa em 10x Menos Tempo (Resumo do Livro Ultraaprendizagem)

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O livro de Ultra Aprendizagem, de Scott H. Young, traz um panorama de como as pessoas podem aprender habilidades em um tempo recorde.

O livro começa com as explicações dos projetos pessoais do autor, de alguns conhecidos e colegas, bem como os motivos pelos quais você deveria investir seu tempo em uma ultra aprendizagem.

Young teve três grandes feitos:

1 – Terminar um estudo autodidata através do recursos gratuitos do MIT, concluindo um currículo que geralmente é finalizado em 4 anos um quarto do tempo.

2 – Viajou para 4 países diferentes, com o objetivo de aprender seus idiomas, em 1 ano (3 meses para cada um)

3 – Aprimorou sua habilidade de fazer desenhos realistas, atingindo resultados extraordinários em apenas 1 mês.

Junto com estes, comenta sobre feitos de outras pessoas, como Roger Craig, um jogador do estilo Perguntas e Respostas, que desenvolveu seu próprio programa para praticar e levou o maior prêmio da história destas competições.

Também sobre Eric Barone, que levou anos para desenvolver Stardew Valley, trabalhando como atendente de hotel até finalizar o projeto.

Por que a ultra aprendizagem é importante?

Segundo o economista Tyler Cowen, “o mediano já era”. Isto acontece por conta do avanço das tecnologias de informação (IAs), onde os trabalhos medianos estão sendo cada vez mais substituídos por uma entidade automatizada.

Os faxineiros (quase) não podem ser substituídos, bem como nem todos os operadores de caixa. Porém, muitos trabalhos estão entrando em extinção à medida que podem ser facilmente executados por uma máquina.

O mesmo não acontece com as faculdades mais qualificadas, como médicos, psicólogos, empresários e algumas habilidades específicas dentro do mundo da programação. Logo, o que devemos fazer é nos especializar (rápido) para não ficarmos neste meio, e muito menos cairmos em uma categoria ainda mais baixa.

Com isso, visto que as mensalidades das universidades estão cada vez mais caras e podemos acessar qualquer meio de informação na palma de sua mão, podemos acelerar o processo de maneira autodidata com alguns métodos específicos.

Tornando-se um ultra aprendiz

Para masterizar suas habilidades em tempo recorde, pode utilizar o seguinte caminho (explicado nos capítulos 4 a 12 do livro):

  1. Meta-aprendizagem: desenhe um mapa primeiro.
  2. Foco: amole sua faca.
  3. Prática direta: siga sempre em frente.
  4. Repetição: ataque seu ponto fraco.
  5. Recuperação: teste para aprender.
  6. Feedback: não se esquive dos golpes.
  7. Retenção: não encha um balde furado.
  8. Intuição: cave fundo antes de construir.
  9. Experimentação: saia da zona de conforto.

1 – Meta aprendizagem: desenhe um mapa primeiro

01 mapa resumo ultra aprendizagem ultraaprendiz
Mapa do seu projeto, com perguntas: por que? o que? e como?

Na minha opinião, uma das partes mais valiosas de todo o livro.

Ele começa explicando um pouco sobre meta aprendizagem, que é aprender a aprender (processo demorado e particular de cada um), bem como explica alguns conceitos sobre a mesma.

O fato é que cada pessoa é única, tem seus próprios interesses e facilidades para a aprendizagem. Porém, ao se dominar uma habilidade tida como difícil, provavelmente vai se sentir confiante para continuar a desenvolver outros tipos de habilidades.

Para desenvolver qualquer tipo de habilidade de modo bem estruturado, todos deveríamos passar por 3 perguntas: Por que? o que? e como?

Por que?

Qual o motivo para seu aprendizado? Será que a habilidade que quer desenvolver serve para os objetivos que busca?

Podemos encontrar 3 objetivos para aprender algo:

1 – Completar um curso: onde seu objetivo acaba quando o curso finaliza.

2 – Dominar uma habilidade: onde objetivo acaba quando você atinge certo domínio da habilidade, estipulada no começo do desfio.

3 – Dominar uma área de conhecimento: quando você domina completamente uma área (como um período histórico ou obras específicas de Shakespeare, por exemplo).

Se seu objetivo for aumentar seu salário, por exemplo, será que fazer uma faculdade de sua área dará mais resultado do que se especializar em projetos práticos, por um menor tempo?

É uma pergunta que, apesar de parecer simples, é extremamente ignorada pela maior parte das pessoas. Acabamos nos guiando por tendências e opiniões de pessoas que, apesar de quererem nosso bem, talvez não sejam as melhores para aquilo que queremos alcançar.

O que?

Nesta segunda pergunta, definimos tudo aquilo que precisamos dominar para atingir tal habilidade. Podemos separar em Conceitos, Fatos e Procedimentos.

Podemos delinear habilidades menores dentro da maior, ficando mais fácil para dominar em longo prazo.

Também podemos definir exatamente o que iremos aprender de tal habilidade. Young, por exemplo, não saiu desenhando com técnicas de todas as escolas de artes. Definiu que desenharia realismo. Ainda mais, definiu que seriam rostos de pessoas.

Definir exatamente o que precisa dominar facilita o próximo passo.

Como?

Talvez seu objetivo seja ser um médico, onde, inevitavelmente, irá precisar passar horas estudando conhecimentos gerais e depois muitos outros anos para demais especificações da área. Talvez não irá usar todo o conhecimento adquirido. Na verdade, talvez não use nem 10% dele, e tudo bem. Você necessariamente precisará entrar para uma Universidade.

Agora, se seu objetivo for ser um artista ou um programador, talvez a faculdade te traga muitas limitações claras, sem uma obrigatoriedade para exercer suas funções no mercado de trabalho.

Você pode aprender 100 tipos de técnicas diferentes na faculdade de como produzir uma boa obra artística e decidir, após sair, são 3 ou 4 que irá focar no restante de sua carreira.

Se pesquisar o bastante, poderá economizar o tempo gasto com as demais 96 técnicas.

Por isso, a etapa de pesquisa acerca da habilidade que pretende aprender é tão importante quanto botar a mão na massa e começar a produzir incansavelmente. Uma boa pesquisa de 1 semana pode te economizar meses de estudo (ou fazer você perceber que não precisa, de fato, dessa habilidade para alcançar seu objetivo).

De forma geral, o ideal para se gastar com um bom planejamento e busca por bons materiais para estudar deve ocupar cerca de 10% do tempo de seu projeto. Se definir que ele durará 1 ano, talvez fique 1 mês com isto, sendo 1 semana no começo de cada trimestre.

2 – Foco

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Stick mantendo o foco

Nós seres humanos temos uma tendência natural a distrações, algo que trouxe aqui em meu blog dentro do resumo sobre Hiperfoco (de Chris Bailey). Se já leu este artigo, talvez possa pular esta segunda sessão.

Nós temos dificuldade para começar a nos concentrar. Por não querermos realizar uma tarefa, ou por que tem outras atividades mais atrativas em nosso ver.

Podemos reconhecer que a parte desagradável de uma atividade é apenas um impulso momentâneo, então podemos negociar com nós mesmos. Diga a si mesmo que trabalhará por apenas dois minutos e provavelmente perceberá que continuará facilmente por mais de 10 minutos.

Mas mesmo quando conseguimos começar uma atividade, podemos ter dificuldades em continua-la. Podem ser alguns motivos para isto:

  • o ambiente: pode querer simplificá-lo um pouco ou mudar de localidade (se possível)
  • a tarefa: quando puder escolher entre diferentes ferramentas de aprendizagem, opte por aquela na qual você consegue se concentrar mais facilmente. Prefira ferramentas diretas e que permitam uma avaliação posterior dos resultados.
  • a mente: às vezes estamos com emoções negativas que impedem nossa concentração. Tente reconhecer o sentimento e ajustar o foco. Se não der certo e você achar que não faz mais sentido continuar, lembre-se do quanto será benéfico fortalecer sua capacidade de persistir.

Às vezes, estamos simplesmente usando o tipo incorreto de foco. No livro Hiperfoco, Chris Bailey descreve dois tipos de foco: Hiperfoco e Foco Disperso. O primeiro é ideal para tarefas específicas e para desenvolver habilidades de concentração. O segundo funciona melhor para atividades criativas como escrita, arte e para resolver problemas pessoais ou de programação. Ajustar o tipo de foco adequado pode melhorar significativamente seu rendimento.

Scott H. Young é um pouco cético quanto a exercitar o foco como uma habilidade, mas no livro de Bailey você pode encontrar algumas dicas valiosas, caso discorde do autor de Ultra Aprendizagem.

3 – Prática Direta

03 pratica direta aviao resumo ultra aprendizagem ultraaprendiz
Stick sentado em cima de um avião 14 bis

Se tem algum mal nas faculdades atualmente é sua alta desconexão do mercado de trabalho atual. Com exceção de alguns estágios em empresas mais atualizadas.

Um profissional de Arquitetura, por exemplo, vai passar por programas específicos na faculdade. Neles, vai aprender a modelagem, comandos de atalhos, estruturas, texturas, etc..

Porém, quando for em uma empresa real, a maior parte irá utilizar outro programa, qual demora meses para aprender. Os empregadores, por sua vez, preferem contratar profissionais que tenham experiência nesta aplicação.

Por isto, o importante é praticar com problemas reais!

Passe um tempo pesquisando sobre quais são os programas, tecnologias e procedimentos das empresas. Pode fazer isto perguntando diretamente para estas pessoas ou buscando tutoriais recentes no Youtube.

Se possível, tente simular o ambiente de trabalho. Se não conseguir, tente fazer da forma mais próxima possível.

Para isto, você pode utilizar alguma das seguintes técnicas:

  1. Aprendizagem baseada em projetos: estruturar o aprendizado para construir alguma coisa, seja um modelo real, seja um programa. Não gaste seu tempo inteiro assistindo aulas, desta forma pode nunca atingir seus objetivos.
  2. Aprendizagem imersiva: Pode ingressar em alguma comunidade que tenha participantes ativos, estimulando novas ideias e desafios. Um programador, por exemplo, pode ingressar em projetos de código aberto.
  3. Método de simulador de voo: aprender com situações onde precise tomar as mesmas decisões da que precisará na vida real.
  4. Abordagem exagerada: Aumente o desafio. Almeje um nível acima do necessário. Se o desafio for fazer um jogo, desenhe também os modelos e faça o game design.

Por fim, prefira aprender direto da fonte e não através de intermediários. Veja também onde o conhecimento pode se manifestar depois que tiver aprendido. Se não souber muito bem como, então talvez vá esquecer logo e ainda terá perdido tempo para aprender algo inútil.

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4 – Repetição

04 retepicao resumo ultra aprendizagem ultraaprendiz
stick praticando piano

Por vezes, a capacidade para resolver determinado tipo de problema envolve diversos tipos de habilidades complexas.

Para este tipo de situação, você pode querer quebrar esta capacidade em habilidades simples e menores, assim pode focar em partes em que você não é bom e melhorar como um todo.

Pense da seguinte forma. Você quer aprender a a falar bem em público. Esta habilidade é desafiadora e te obriga a ser também um bom escritor, a ter uma boa memória, uma mente estruturada, ser capaz de projetar a voz e se movimentar de forma adequada.

Você é um bom escritor e tem a mente organizada, mas não é nada bom em projetar sua voz. Então, ao invés de focar mais tempo escrevendo e organizando as ideias, vai investir na habilidade de projeção, seja praticando com um público ou fazendo aulas de canto.

Sei que atacar nossos pontos fracos é doloroso, e tendemos a focar nestas melhores partes por que estamos confortáveis com elas, mas fazer isso vai te deixar estagnado.

Os passos que você deve fazer são os seguintes:

Comece praticando a habilidade inteira, depois, divida em partes menores e as trabalhe isoladamente. Por final, pratique tudo novamente e se auto avalie.

Pode utilizar estes exercícios para ajudar:

  1. Divisão do tempo: Durante um período de tempo, pratique a parte mais difícil. Músicos praticam a parte mais difícil da música antes de fazer o todo.
  2. Componentes cognitivos: Observe se há partes cognitivas diferentes que precisam ser feitas ao mesmo tempo em uma habilidade específica. Por exemplo, para tocar violão rápido, precisa ter destreza em ambas as mãos e pode fazer exercícios isolados com a mão direita antes de querer realizar com ambas.
  3. Imitação: Imite alguém específico e seus modelos antes de desenvolver seu próprio estilo. Isto funciona para arte, por exemplo.
  4. O Método da Lupa: Gaste um tempo extra em uma habilidade específica, caso não possa isolá-la. Por exemplo, para escrever artigos, pode passar mais tempo pesquisando e menos escrevendo.
  5. Cadeia de pré-requisitos: Começar por uma habilidade que contenha pré-requisitos que não domine totalmente. Assim, sabe quais habilidade precisa dominar primeiro e segue um caminho lógico.

Lembre-se, por fim, que “uma coisa mentalmente extenuante proporciona um benefício maior para a aprendizagem do que uma coisa fácil”.

5 – Recuperação

05 rememoracao livre resumo ultra aprendizagem ultraaprendiz
Stick fazendo rememoração livre

Os testes são ótimos para reter informações na memória e desenvolver novas habilidades.

Não testes convencionais de múltipla escolha, pois não leva a mente a refletir.

Um dos melhores métodos é revisar com livro fechado, tentando lembrar de tudo que há ali dentro. Ir anotando informações relevantes.

Em experimentos, este rememoração livre é a que tem os melhores resultados.

Recuperação como revisão

Tendemos a aprender mais fazendo recuperações, pois possuem uma maior dificuldade, desde que sejam bem sucedidas.

Mas não o faça na hora, pois gera menor retenção das informações, tente fazer dias ou semanas depois.

Tente aumentar a dificuldade antes de achar que está pronto para a recuperação.

Comece pelo fim

Pode tentar fazer a recuperação antes mesmo de aprender a habilidade. Além de ser desafiador, quando for aprender a habilidade, saberá que caminho trilhar e em que partes do conteúdo focar.

O que devemos recuperar

Recuperar um conteúdo é bem mais rápido do que revisar pilhas e pilhas de materiais. Mas sabe o que é mais rápido? Não recuperar e não revisar nada.

Avalie se realmente importa aprender o conteúdo ou habilidade. Se a resposta é não, então não vale a pena.

Como diria Julius: “Se não comprar, o desconto é ainda maior”.

Como podemos praticar a recuperação

Talvez para cada habilidade, um método diferente pode ser testado, mas veja alguns:

  1. Cartões: Escreva a pergunta em um lado e a resposta em outro.
  2. Rememoração livre: feche o livro e tente se lembrar do máximo que puder.
  3. O método do livro de perguntas: Ao invés de anotar fatos em um caderno, anote as perguntas que levam a resposta do fato. (”Quais são os primeiros número primos?” é melhor do que “7 é um número primo”);
  4. Desafios auto guiados: Crie desafios para você mesmo resolver.
  5. Aprender com o livro fechado: Gere seu mapa conceitual, porém com o livro fechado.

6 – Retorno

06 nao desvie golpes resumo ultra aprendizagem ultraaprendiz
Sticks lutando boxe

Os feedbacks são essenciais para o desenvolvimento do ultra aprendiz. Porém, precisa aficar atento ao tipo de feedback que precisa receber: resultado, informativo e corretivo. Cada m será útil para determinada área.

Porém, precisa ter muito cuidado com eles, pois é difícil extrair bons feedbacks.

Professores são acostumados a serem positivos ou julgadores (ambos são ruins). Raramente são críticos com os aspectos que precisam ser melhorados em alguma habilidade. E você precisa ser sensível para qual tipo é útil para evoluir.

Também precisa entender como você funciona.

Talvez começar por um lugar bem difícil te ajude a colher feedbacks horríveis e melhorar bastante, como pode te destruir psicologicamente. Se conheça.

Mas, de forma geral, os maiores ultra aprendizes são aqueles que buscam feedbacks agressivos.

Pode tentar buscar diferentes tipos de feedback, a depender do projeto ou habilidade que queira desenvolver:

  1. De resultado: você está trabalhando errado? É para saber apenas se está indo bem ou mal.
  2. Informativo: O que está fazendo de errado? Pode saber o que está errado, sem necessariamente saber como pode melhorar.
  3. Corretivo: Sabe exatamente como corrigir o que está errado.

O terceiro tende a ser o mais vantajoso, porém o mais difícil de conseguir de forma verdadeira. Então seja cuidadoso com as pessoas que está escolhendo para colher suas avaliações. Caso possa encontrar apenas as primeiras, também pode se aproveitar disso em alguns casos.

Tente não reter tudo que ouve, aprenda a ser seletivo com seus feedback e ignore aquilo que não for útil para o seu desenvolvimento.

Quanto tempo depois devo buscar o feedback?

Depende. Quando falamos em performace (correr, programar), pode querer um imediatamente.

Porém, em um laboratório, pode querer adiar um pouco, pois isto dá a você uma repetição espaçada e permite revisar mais ainda o conteúdo.

De forma geral, pode querer ele na hora, mas tome cuidado para não ser prejudicial ao seu aprendizado. Não fique viciado em buscar as respostas antes de tentar ao máximo consegui-las sozinho.

Como melhorar o feedback recebido

Nem sempre conseguimos bons feedbacks, mas estas táticas podem te ajudar um pouco a melhorar:

  1. Supressão de ruído: As vezes, algum feedback vem super positivo por algum motivo aleatório. Por exemplo, ao escrever artigos para melhorar a escrita, alguns podem ser muito mais vistos por que algum influenciador os compartilhou. Para suprimir estes ruídos, pode tentar usar códigos de mapeamento para ver até onde as pessoas leram.
  2. Atingir o ponto ideal de dificuldade: Evite situações em que você se sinta muito bem ou mal em, seja equilibrado.
  3. Meta-feedback: Aprender como o feedback funciona melhor para você. Adiar ou na hora, amáveis ou duros. Teste eles com sua melhora ou piora de performace.
  4. Feedbacks rápidos e de alta intensidade: Aumente a quantidade para conseguir filtrar aquilo que precisa.

7 – Retenção

07 nao encha balde furado resumo ultra aprendizagem ultraaprendiz
Balde furado sendo enchido

Este capítulo inicia com a história curiosa de Nigel Richards, um campeão mundial de Scrable, que foi capaz de vencer uma competição em Francês, em uma língua qual não sabia se comunicar. Tanto foi que precisou de um tradutor para agradecer aos outros por ter ganho o prêmio.

Isso acontece por que não é necessário conhecer a estrutura da língua ou o significado das palavras para jogar este jogo, apenas saber as mais diversas combinações de letras, quais são válidas e quais não são.

Richards memorizava todas as combinações, começando pelas de 2 letras, enquanto pedalava em suas longas jornadas de bicicleta, qual, pelo que se sabe, era seu real motivo para querer jogar Scrable em tantos lugares. Coincidentemente sempre havia uma competição de ciclismo perto da data da de Scrable.

Mas como pode Richards ter uma memória tão boa assim?

Assim como grande parte do cérebro, muito se estudo e pouco se sabe sobre a memória e como ela realmente funciona. Por que nos esquecemos das coisas?

Como diz Daniel Willingham, psicólogo cognitivo, a memória é um resíduo de pensamento.

E, por mais que não saibamos exatamente o motivo pelo qual nos esquecemos das coisas, estas são as teorias mais válidas:

1 – Por que a memória se deteriora junto com os neurônios que a armazenam. Desta forma, não temas acesso a ela pelo fato de não existir mais.

2 – Escrevemos novas lembranças no lugar das mais antigas. Quando uma memória é meio repetida, como ir novamente a um local ou uma pessoa que é parecida com a outra e com um nome semelhante, nosso cérebro acaba sobrescrevendo a memória principal. Como se fosse uma fita de vídeo cassete, onde, após reescrito, só temos acesso a nova memória.

3 – Nada é realmente esquecido, apenas não conseguimos ter acesso ao fragmento de memória. Talvez por um neurônio que fazia conexão da memória não existir mais ou qualquer outro sistema físico, não temos acesso a algumas memórias, principalmente quando são repetitivas ou fracas.

Mesmo que não saibamos o motivo do esquecimento, muito se sabe sobre como não esquecer. Existem as seguintes técnicas:

Repetição espaçada

Se você fizer práticas a cada intervalo regular, você consegue guardar as memórias por mais tempo. São espaçamentos meio definidos, quais alguns aplicativos como Anki costumam se basear para criar seus algoritmos.

Este meio diz que, mesmo quando já tiver dominado alguma habilidade, é útil que continue se testando de tempos em tempos para manter a memória ativa.

Procedimentalização

Já teve que digitar sua senha para se lembrar qual era? É por que somos muito bons em gravar procedimentos, principalmente físicos. Motivo pelo qual nunca nos esquecemos como andar de bicicleta, por mais difícil que esta habilidade seja.

Existe uma teoria de aprendizagem que diz o seguinte: que “a maior parte das habilidades é adquirida em estágios: começam descritivas, mas, à medida que você as pratica, acabam se tornando procedimentais.”

É como digitar em um computador, onde no começo precisa se lembrar das posições das teclas, até que sejam guardadas em sua memória mecênica.

E para tornar uma memória procedimental, precisamos nos dedicar a um conjunto de habilidades até se tornarem procedimentais, quando você realmente não irá mais esquecer.

Algumas habilidades são procedimentalizadas de maneira incompleta, como quando aprendemos matemática, onde passamos valores de um lado para o outro da equação sem pensar, porém precisamos raciocinar ao realizar equações mais difíceis de trigonometria.

Superaprendizado

Faça uma quantidade extra de prática, que vá além do que é exigido para completar uma tarefa difícil. Para conseguir realizar exercícios mais difíceis do que necessita, os mais fáceis serão armazenados na memória como um pré-requisito, elevando a memorização.

Pode fazer isto com algum tipo de projeto imersivo ou extensivos. Algo rápido com grande intensidade ou algo mais durável.

Mnemônicos

A arte dos exercícios mnemônicos é guardar a memória associada a uma memória já existente em sua mente. Pode ser uma música, uma sensação e, o mais utilizado, em imagens como cômodos e salas.

Este último é chamado de Palácio de Memórias (Mind Palace).

Os mnemônicos são excelentes para habilidades quais precise de memorização intensa, como quando aprende uma língua nova e precisa elevar seu vocabulário.

Esta é uma das bases da vitória de Richards, em uma língua que não conhecia o significado das palavras, onde apenas memorizar a sequência de letras é o suficiente.

8 – Intuição

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Stick cavando buraco enquanto responde perguntas matemáticas

Este capítulo conta a história de Richard Feynman, um físico ganhador de Nobel. Alguns o consideravam um gênio, outros um mágico.

Feynman tinha uma intuição tão fantástica que conseguia saber se uma afirmativa era verdadeira ou falsa em milésimos, bem como fazer muitos cálculos difíceis extremamente rápido utilizando apenas a cabeça.

Tinha alguns hobbies esquisitos, como ficar abrindo as gavetas protegidas por senhas numéricas. Não podia passar na sala de outras pessoas na universidade que queria abrir suas gavetas apenas por que sim. Sabia que alguns números eram mantidos após abrir uma vez e memorizava estes números em visitas breves na sala. Após, passava muito tempo testando diversas combinações até cumprir com seu objetivo.

Ele fazia contas como a raiz cúbica de 1.929,03 de cabeça, dando a resposta com três casas decimais. O logaritmo de base 2 de e.

A razão? Não é que ele fosse um mágico, possuía uma intuição extremamente aguçada. Sabia fragmentar os problemas e, por coincidência, tinha em sua memória a solução das partes dele.

Para determinar se algo era verdadeiro, imaginava muitos exemplos de soluções. Mantinha em sua mente uma imagem da sentença se formando e se ela fosse diferente do descrito, falava imediatamente que a sentença era falsa.

A mágica por trás da intuição

Uma grande difrença entre principiantes e experientes em qualquer tipo de assunto é que os primeiros são capazes de olhar apenas para as características superficiais de um problema, enquanto outros conseguem se concentrar nos princípios mais profundos por trás dele.

Enquanto algumas pessoas sabem que um problema de física envolve polías ou planos enclinados, os veteranos sabem que o problema se trata de conservação de energia, sabem dizer quais são os princípios da física que representam o mesmo.

E, por mais que todos saibam que pensar nos problemas a partir de seus princípios, a verdade é que os principiantes não o conseguem faze-lo. Apenas com mais experiência as pessoas são capazes de criar modelos mentais bons o suficiente para pensar como as coisas funcionam.

Desta forma, a “mágica” por trás do processo é apenas uma intuição, quando o modelo mental de uma pessoa tem uma grande organização devido ao volume de experiência que os veteranos possuem ao entrar em contato com tantos problemas.

Algo factível que temos sobre isso é a comparação entre jogadorez de xadrez principiantes e os experientes.

Ao pedir que os jogadores memorizassem certas peças no tabuleiro por alguns segundos e depois montassem a configuração a partir de um tabuleiro vazio, os novatos tentavam posicionar unitariamente as peças e nem sempre conseguiam. Os veteranos, por sua vez, o faziam sem nenhuma dificuldade, o fazendo por partes inteiras.

Isto se deve ao fato dos jogadores experientes conhecerem muitas configurações padrões dentro do jogo, pela quantidade de vezes que o jogaram. Porém, quando as peças são colocadas de forma aleatória, em uma conformação que nunca seria montada em um jogo real, o resultado de ambos é bem parecido.

O que mostra que a intuição é, na realidade, orientada por traços de memória e experiências passadas.

Como desenvolver a Intuição

Por mais simples que se pareça, desenvolver a intuição não se trata apenas em ficar decorando respostas para problemas já conhecidos, pois se trata da construção de modelos mentais gerados a partir da experiência, não apenas de memorização pura.

1 – Não desista facilmente de problemas difíceis: Coloque um Timer de esforço. Veja a resposta do problema apenas depois de ter tentado o máximo que podia.

2 – Prove para entender: enfrente os desafios, mesmo que ache que não será capz de resolvê-los. Às vezes, eles apenas parecem difíceis a primeira vista. Você pode tentar criar modelos conhecidos em sua mente para ver se consegue resolvê-los. Como um exemplo de prática, tente desenhar uma bicicleta sem olhar nenhuma foto, depois compare, todos os objetos ficaram da forma como deveriam? As rodas, guidão, pedal e correia.

3 – Sempre comece com um exemplo concreto: Sempre podemos relacionar o que aprendemos com algo que já conhecemos, como uma sensação ou objeto físico. Este tipo de modelo auxilia o desenvolvimento de intuição.

4 – Não se engane: Não pense que você descobriu algo novo ou que sabe muito a respeito de algo. A verdade é que, quanto menos perguntas você tem sobre algo, menos você sabe a respeito. Quem pensa que sabe e não tem perguntas, é por que não são capazes sequer de entender o básico sobre o assunto. A maior parte das pessoas, por pensar que a resposta de algo é tão obvia, porém apenas eles não o sabem, preferem não fazer perguntas idiotas. Feynman alerta que é preciso realizar perguntas idiotas, para impedir de que você se convença de algo que na verdade não sabe.

A técnica Feynman

A técnica Feynman, atualmente conhecido como método Feynman de aprendizado é bem simples:

1 – Anote o conceito que quer aprender em uma folha;

2 – Embaixo, explique a ideia como se fosse ensinar ela a outra pessoa. Se for um conceito, pergunte-se como iria explicar para quem nunca tivesse ouvido falar daquilo. Se for um problema, explique como resolvê-lo.

3 – Se não conseguir fazê-lo, significa que não tem uma ideia tão clara quanto pensava a respeito do assunto, então precisa estudar mais através de seu material de estudo.

Existe uma famosa frase atribuída a Einstein — que ninguém consegue confirmar — que diz:

Ensine como se fosse para uma criança inteligente de 12 anos de idade.

Crianças de 12 anos acabaram de adquirir a habilidade de abstração, então precisam de conceitos bem simples, explicados da forma mais simples e acessível possível. Se você não é capaz de utilizar uma linguagem clara, quer dizer que não entendeu realmente o assunto.

Você pode utilizar esta técnica quando você: não sabe nada sobre o assunto e quer aprender mais; quer resolver problemas quais não sabe a solução; quer expandir sua intuição sobre algo.

9 – Experimentação

09 experimente golpe pincel resumo ultra aprendizagem ultraaprendiz
Stick golpeando tela com espadas de pincel

A experimentação funciona como um laboratório de ciências. Precisa fazer muitos e muitos testes para comprovar algo.

Vincent van Gogh, por exemplo, não possuía nenhuma habilidade para as artes. Começando no ramo aos 26 anos após algumas experiências fracassadas da vida, era tido como um preguiçoso que se escondia atrás de sua aspiração artística para não fazer outras coisas.

E, como desenhava extremamente mal, possuia traços brutos e infantis, foi rejeitado em uma infinidade de escolas de arte. Teve que desenvolver-se por conta própria, testando e modelando diversos tipos de artes diferentes.

Embora não tivesse qualquer talento, muitos de seus quadros se tornaram ícones mundiais, com algumas das obras mais caras da história.

O segredo? Van Gogh devorou calhamaços de livros sobre técnicas artísticas, quais testava incansavelmente. Ele passou por muitos materiais e técnicas difernetes até chegar em seus últimos resultados, o que explica a grande diferenã entre os quadros que compunha.

Para aprendermos com este exemplo, podemos seguir o exemplo de outras pessoas que já chegaram onde você gostaria de chegar. Você imita outras pessoas uma quantidade grande de vezes e, quando os estudos passarem de uma acumulação de conhecimento para um processo de desaprendizagem, sabe que está no caminho certo. Experimentar coisas novas faz você crescer, saindo de sua zona de conforto e desenvolvendo seu próprio estilo.

Três tipos de experimentação

1 – Experimentando recursos de aprendizagem: podemos experimentar os métodos, materiais e recursos utilizados pelas outras pessoas.

2 – Experimentando técnicas: quando se sentir confortável, pode testar diversas técnicas de desenvolvimento, se perguntando sempre: o que eu deveria aprender depois disto?

3 – Experimentando estilos: Depois que você domina todas as técnicas, não existe mais certo ou errado. Então, a maneira que você utiliza para resolver problemas e criar arte é tratada como estilo.

Como experimentar coisas novas

Para as táticas funcionarem, você precisa saber quais são os problemas enfrentados em seu aprendizado para depois buscar as soluções. Vide:

Tática 1 – Imite outros artistas, depois você se preocupe com seu estilo. Não vale falar que o erro faz parte de seu estilo se não tem a capacidade de fazer o certo, isto é apenas falácia.

Tática 2 – Comparte métodos lado a lado. Como na ciência, você não pode alterar mais que uma variável de uma vez, ou não saberá se seu resultado veio da mudança de materiais ou das técnicas utilizadas.

Tática 3 – Dê limites ao seu treino, isso o força a explorar novas soluções para um mesmo problema.

Tática 4 – Encontre uma super habilidade através da combinação de outras. Nem todo tipo de habilidade parece combinar, como de um artista e um cientista, por exemplo. Porém, praticar artes faz com que você seja bom em separar as formas de um desenho, essencial para a análise em um laboratório.

Tática 5 – Explore os extremos. Explore técnicas de pessoas totalmente diferentes e veja o que fica melhor para você. E nunca fique na sua zona de conforto, sempre busque novos meios de aprender coisas cada vez mais difíceis.

Conclusão

E aí, está pronto para fazer seu primeiro projeto de ultra aprendizagem?

Meu primeiro projeto é relacionado a escrita, estou tentando aplicar as metodologias para desenvolver a habilidade de escrita.

Acredito que a Inteligência Artificial veio para ficar, porém está entregando — ao menos atualmente — conteúdos superficiais. Acredito em um futuro onde pessoas começarão a valorizar materiais feitos sem o uso delas, então quero ter mais clareza ao escrever e mais profundidade para passar aquilo que estou aprendendo todas as semanas.

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E aí, o que achou? Escreva nos comentários qual é o projeto que está desenvolvendo agora.

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